Crise Colonial do Século XVIII

(Fonte da imagem: ohistoriador)
De: Maíra Costa - 13 anos

     No século XVIII e inicio do século XIX, o sistema colonial que havia implantado na América por portugueses e espanhóis na América começou a se enfraquecer por vários fatores, levando a uma crise.


 
Elites coloniais X metrópole

     No sistema colonial, a metrópole explorava a colônia em beneficio próprio, mas com o passar do tempo, os colonos começaram a contrariar isso. Ocorreram vários conflitos entre colonos e autoridades que aplicavam as decisões da metrópole. A razão desses conflitos eram as contradições internas do sistema colonial, como por exemplo: para permitir a exploração, a metrópole incentivava o crescimento da economia colonial e os colonos acabavam obtendo poder socioeconômico para lutar por seus direitos e interesses.


Capitalismo industrial X mercantilismo

     O choque entre as características do colonialismo mercantilista e as práticas econômicas do capitalismo industrial do século XIX foi um dos fatores que contribuíram para uma crise colonial.
     No capitalismo industrial não era interessante para a metrópole ter o monopólio comercial, pois acarretaria o trabalho forçado, provocando a escravidão. 


Necessidade de mercados livres

     No capitalismo é necessário haver mercados livres, ou seja, que não há exceções para a entrada de produtos industrializados em qualquer país ou região, permitindo a expansão de suas vendas para lugares afastados.
     Mas nas colônias de Portugal e Espanha isso não acontecia. Nas colônias espanholas o comércio era exclusividade da Coroa, e estava sob controle da Casa da Contratação, um órgão governamental criado em 1503. As mercadorias vindas de outros países eram pegas por comerciantes autorizados pelo governo espanhol, tributadas e após eram embarcadas para as colônias na América.


Crítica ao trabalho escravo

     O escravo não recebia remuneração por seu trabalho e não participava do mercado consumidor que os industriais queriam ampliar. Mas os gastos com a compra de escravos não permitia o consumo industrial.



Rompimento

     No século XIX, a monarquia espanhola tinha domínio colônia sobre o continente americano. A região era dividida administrativamente, em vice-reinos, sendo eles: Nova Espanha (1535), Peru (1542), Nova Granada (1718) e Prata (1776), e em quatro capitanias, sendo: Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile. No mesmo século ocorreram várias lutas e movimentos com a tentativa de promover a independência dessas regiões.


Ambição das elites coloniais

     As lutas pela independência foram estimuladas pela consequência das elites coloniais de que as relações com o governo espanhol bloqueavam seu domínio mais completo das áreas da América que estavam estabelecidas.
     As elites eram formadas por criollos (filhos de espanhóis nascidos na América). Estes enfrentavam diversas dificuldades, como o acesso aos altos cargos do governo e da administração colonial, cargos ocupados por chapetones (pessoas nascidas na Espanha); a cobrança de impostos sobre produtos de exportação como o couro.
     Pertenciam das elites os latifundiários (produtores de gêneros de exportação, como cacau e açúcar), comerciantes urbanos, proprietários de minas, etc. As camadas populares, constituídas por indígenas, mestiços e pessoas brancas pobres, faziam parte dos exércitos coloniais. Apesar de terem interesses distintos, todos eram a favor do livre comércio.


Debilitação do governo espanhol

     Em 1808, a França invadiu a Espanha e José Bonaparte, irmão de Napoleão, foi ao trono. A Espanha concentrou suas forças na guerra contra a França, o que favoreceu o início dos combates. Então as elites deram início às lutas pela independência.


Guerras pela independência

     Entre 1810 e 1828, ocorreram várias revoltas na América espanhola, que colaboraram para a conquista da independência politica.


México

     Desde 1810, os padres Miguel Hidalgo e José Morellos formaram tropas compostas de muitos camponeses pobres (índios, brancos e mestiços). Além da independência política, também lutavam pela igualdade de direito.
     As tropas espanholas os deteram, o que causou várias revoltas populares, e os padres foram fuzilados.
     Em 1821, o México conquistou sua independência num movimento liderado pelo general Agostinho Itúrbide, que traiu o governo espanhol e tornou-se imperador, permanecendo no trono por dois, por ter sido derrubado por republicanos. 

América Central

     A independência mexicana abriu portas para que as lutas pela independência se espalhassem pela América central. Foram formadas as Províncias Unidas Centro-Americanas (1823-1839), com capital em Guatemala e depois em San Salvador.
     Com as guerras civis (1838-1839), as Províncias Unidas Centro-Americanas foram fragmentadas, formando os atuais Estados da Guatemala, de Honduras, da Costa Rica, de El Salvador e da Nicarágua.


América do Sul

     Na América do Sul, San Martín (1778-1850) foi um militar que comandou tropas contra a Espanha nas regiões sul e central da América do Sul a favor da independência. Simón Bolívar (1783-1830) foi líder militar e politico nas lutas contra as forças espanholas na parte norte da América do Sul, seu objetivo era fundir as ex-colônias espanholas, mas isso não foi concretizado.


Haiti

     Na Ilha de São Domingos (atual Haiti e Republica Dominicana), região dominada por franceses, a luta pela independência foi liderada por escravos africanos. O movimento iniciou em 1791, durante a Revolução Francesa, liderado por Tossaint Louverture e depois foi abolida a escravidão.
     Em 1802, Louverture foi preso, durante o governo de Napoleão, e morreu preso no ano seguinte. Mas o movimento de independência não se encerrou, tendo como líder Dessalines e outros negros.
     Em 1804, foi proclamada a independência do país que ganhou o nome indígena de Haiti, que significa “terra alta, lugar montanhoso”.


Tupac Amaru

     No final do século XVII, José Gabriel, um cacique que liderou uma revolta popular no Peru, era mais conhecido como Tupac Amaru devido aos seus descendentes. Ele liderou o movimento que tinha o intuito de proibir o domínio sob a maioria dos povos em relação ao trabalho, punições físicas e o pagamento obrigado de impostos elevados. Após várias batalhas o movimento foi derrotado, Tupac Amaru foi preso, condenado à morte e executado.


O interesse dos ingleses e estadunidenses

     A maior parte da Europa não colaborou com os movimentos de independência na América espanhola. Na verdade, os monarcas dos países que pertenciam a Santa Aliança pensaram em enviar tropas para contribuir com os espanhóis no esmagamento desses movimentos, excetuando-se a Inglaterra que favoreceu a independência das nações da região, a fim de conquistar mercados latino-americanos e também era favorável a industrialização inglesa.
     No século XIX, os sucessivos governos dos Estados Unidos revelaram suas intenções de manter o continente americano sob sua influencia politica e econômica. Em 1823, o presidente desse país, James Monroe, anunciou que seu governo estava disposto a impedir que países europeus estabelecessem colônias na América. Esse ato ficou conhecido como Doutrina Monroe, cujo lema era “A América para os americanos”, com o passar dos anos esse lema também pode ser interpretado da seguinte forma: “A América para os Estados Unidos”.



Adaptação do texto do livro: História Global - Brasil e Geral de Gilberto Cotrin
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. muito bom, é o que eu precisava para fazer um trabalho de história (:

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